Registro #012: O que há de errado comigo?

A segunda consulta com a neuropsicóloga foi, basicamente, uma avaliação de 69 questões. Tivemos uma breve conversa antes, na qual resumi minha semana da forma de sempre: tentei seguir o planejamento, mas falhei. Já prevejo que essa será minha queixa na próxima sessão também.

O teste consistia em 69 frases de múltipla escolha, onde eu deveria indicar o quanto elas se aplicavam a mim. A médica não revelou o resultado, mas, sinceramente, eu já sabia a conclusão: sou extremamente ansiosa. O diagnóstico de TAG está aí para provar. Talvez seja essa a raiz da tensão e da frustração constante por sentir que não consigo fazer “nada”.

Mas, sendo brutalmente honesta, eu faço muita coisa. O problema é que eu não faço tudo. E essa lacuna entre a realidade e a expectativa me faz sentir como um fracasso. Parada. Incapaz de sair do lugar. Alguém que abandona tudo o que começa — inclusive este blog, que prometi atualizar diariamente. Então, mais uma vez, vou recomeçar.

Eu sei, racionalmente, que me cobro demais. Sei que não sou uma máquina. Ajudo em casa, cuido dos meus pássaros, mantenho a residência em dia, finalizei dois cursos e até passei para um curso de dados avançado. No entanto, a sensação de estar estagnada persiste.

O que há de errado comigo? Será que a neuropsicóloga terá essa resposta? Os remédios para ansiedade e TDAH ajudam, mas parecem não ser suficientes. Então, o que falta?

Nessas horas, a voz do meu pai ecoa na minha mente: “Deus é a resposta para tudo”. Mas esse é um assunto que merece um post inteiro só para ele.

Desculpe pelo desabafo, meu leitor. Talvez a falta do remédio de ansiedade, que não consegui comprar ontem, esteja potencializando tudo isso.

Resumo da ópera: conversei, respondi o questionário e vim embora.

Atenciosamente, sua Andyy.

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