Registro #013: A semana mais difícil

Sumida, eu sei, mas toda vez que pensava em escrever, não conseguia. Esta foi a semana mais difícil que tive, que eu me lembre. Sei que, ao contar isto, posso facilitar que saibam quem eu sou mais diretamente, mas preciso desabafar.

Na quarta-feira (22/10), eu estava um pouco ocupada, mas lembro que, de manhã, minha mãe veio me contar que sonhou que uma das minhas calopsitas tinha colocado um ovo e ele tinha quebrado. Eu tentei dar atenção a ela durante o dia; ela realmente estava agitada. Depois de resolver minhas obrigações e problemas, resolvi descansar, o que já era no fim da tarde. Coloquei minhas calopsitas para dormir e fui me deitar. Uns minutos depois, escuto meu pai falando: “Acho que ela está com fome.” Pensei que se referia à minha mãe e continuei deitada assistindo, até que escutei minha mãe gritar. Sabia que tinha algo de errado.

Vou para a sala e me deparo com meus pais debruçados na janela. Antes de continuar, uma explicação: moro em um prédio e as telas daqui de casa são removíveis. As dos quartos deixamos direto, mas a da sala, à noite, retiramos para colocar ou tirar roupa do varal. Depois que minhas calopsitas foram dormir, meu pai retirou a tela para fazer alguma manutenção. Voltando: cheguei na sala e meus pais contaram que minha calopsita (a que estava agitada e que apareceu no sonho) tinha fugido. Meu pai a retirou da gaiola, esqueceu que tinha tirado a tela, e ela se assustou com um barulho e saiu voando.

Na quarta-feira, o dia todo foi de tempestade, muita chuva, mas, mesmo assim, meu pai e eu saímos em busca dela. Gritamos, nos molhamos, mas nada. Voltamos para casa. Eu chorei, e muito, a ponto de minha pressão subir e eu vomitar. Depois, acabei dormindo. Acordei às 3 da manhã e não dormi mais; fiquei andando pela casa, indo e voltando da janela. Assim que amanheceu, desci com meu pai e ficamos chamando por ela com sementes. Mas nada.

A mobilização começou: fiz vídeos, criei cards, avisei a todos. Busquei ajuda de todas as formas. Uma amiga, após uma consulta espiritual, disse que ela foi encontrada por alguém na minha rua que “coleciona” pássaros e que teria cortado suas asas, para que não fugisse. Outra amiga prometeu olhar no Tarot se ela voltará. Ainda espero a resposta.

O que mais me destrói é ver minha outra calopsita, sua companheira de gaiola desde que eram filhotes. Ela está de luto. Mal come, não brinca e passa o dia procurando pela casa. As duas eram inseparáveis.

Uma parte de mim tenta se preparar para a possibilidade de nunca mais vê-la, por mais que a ideia me quebre por dentro. A outra parte, teimosa, ainda se agarra à esperança.

Darei notícias sobre isso, leitor.

Atenciosamente, sua Andyy.

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