Dizem que “mente vazia é oficina do diabo”. Bem, a minha está cheia. Tão cheia que transborda.
Vamos a um caso específico: um projeto em grupo. Havia uma pessoa na equipe que simplesmente não fazia nada. E quando fazia, era na base da pressão extrema. No dia da entrega, faltando poucas horas para o prazo final, o aviso: “minha parte não está pronta”. Detalhe: essa foi a dinâmica desde o primeiro dia.
O dilema moral veio no fim, na forma de um formulário de avaliação. Uma chance de expor a situação aos superiores. A pergunta que ficou no ar: o que você faria? Contaria a verdade? Que nota, de 1 a 5, você daria para o comprometimento dessa pessoa?
Meu caro leitor, se você acompanha este blog, sabe que não sou de esconder o que penso. As pessoas costumam dizer que meu rosto é um livro aberto. Nunca tive muito filtro, uma herança do meu pai, o homem mais direto que já conheci, que fala sem medir as consequências. Às vezes, sou assim também, beirando a crueldade sem intenção.
Durante o projeto, tentei me conter. Ouvi os outros reclamarem e, no fim, foram os mesmos que disseram que não valia a pena ser honesto no relatório, que seríamos criticados de qualquer forma.
Você já sabe o que eu fiz, não é? Qual nota eu dei?
Mesmo convicta, ao descobrir que os outros pegaram mais leve, a dúvida bateu. Senti-me errada por um instante. Mas logo lembrei de todo o estresse. E antes que alguém pergunte, sim, eu tentei resolver diretamente com a pessoa. A conversa pareceu ter funcionado, mas o resultado final… bem, está no início deste texto.
Isso me leva a questionar: o caminho certo é realmente ficar quieto? É engolir o sapo e deixar que a irresponsabilidade alheia te prejudique? Se a conversa direta não resolve, o próximo passo não deveria ser buscar um mediador? Falar a verdade te torna o vilão da história?
No fim, concluo o óbvio: “pessoas são complicadas”. E eu sei que também sou. Tenho meus problemas e minhas falhas. Mas, ainda assim, acredito que responsabilidades foram feitas para serem cumpridas.
Apenas um desabafo da madrugada.
Atenciosamente, sua Andyy.
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